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sábado, 4 de maio de 2013

Primeiros dias


Olá!

Dando continuidade ao texto de ontem, vou falar mais um pouquinho sobre meu retorno ao Brasil. Prometo não ficar reclamando, nem ficar comparando muito. Mas agora no começo isso é inevitável, até porque é o que eu estou sentindo.

Nos primeiros dias quase tudo aqui é irritante. 
As coisas são caríssimas e ruins (isso porque viemos de um país considerado caro).
No supermercado, tudo fora do lugar, sem preços, etc.

Nas ruas é pior ainda, o trânsito infernal, com essa má engenharia de trânsito, em que há mais carros que espaço, barulho, as calçadas são péssimas, com buracos e degraus. Digo isso porque ando com o carrinho de bebê, e eu diria que é praticamente impossível, um rally!
Não conseguir atravessar a rua na faixa de pedestres é um absurdo! Fica a dica aqui para quem dirige: respeite o pedestre! Sem contar que é lei, não é bondade. Fiquei mais de 5 minutos na rua de casa para conseguir atravessar, mesmo com bebê ninguém parou.

E a sujeira, gente? Por mais que tenham pessoas para limpar o chão e há muitas lixeiras, não vence! Tem muito lixo. Por quê? Por que as pessoas não podem guardar o próprio lixo e jogar depois, ou procurar uma lixeira mais próxima? Se cada um fizer sua parte ficaremos num ambiente mais agradável, com menos bichos e pragas, menos enchente.
No Japão não existe lixeira, sabiam? Nem na rua, hospitais, escolas, estação de trem e ônibus, etc. E não há 1 lixinho sequer no chão! Impressionante!

Ufa!

Agora respira, Fabiana... esse é o seu país. Perto de outros, ainda uma criança, com muito a aprender. (O pior é que nossa colonização foi péssima, se compararmos com os Estados Unidos que tem o mesmo tempo...)
Mas é sério, alguém me disse isso, que se eu ficasse estressada e nervosa com tudo aqui eu morreria do coração (que exagero! rs). Disseram que eu deveria relaxar, deixar para lá, afinal o Brasil é assim mesmo e não vai mudar. Eu não concordo e vocês? Esse é o pensamento conformista do brasileiro. Que se já tem lixo no chão qual o problema dele jogar também? E por ai vai.

No começo do texto eu disse que não reclamaria muito, mas foi difícil. Desculpem o desabafo!
Isso foi no começo, agora já estou mais acostumada! Eba! Que bom que o ser humano se adapta a tudo. 
Por outro lado, os brasileiros são simpáticos e gentis. A maioria se preocupa com o outro, com o vizinho, com quem nem conhece, enfim, são mais solidários.

Muitas vezes vi pessoas no Japão precisando de ajuda por estar com cadeira de rodas, ou idoso, com bebês... Ninguem se envolve nem ajuda. Eu estava em uma estação, em uma escadaria com o carrinho de bebê. Tive que carregar no colo o carrinho para descer, ninguem se prontificou em ajudar. Aqui aconteceu a mesma coisa, assim que abaixei para pegar o carrinho 3 pessoas se prontificaram, e ainda com simpatia.

Aconteceu uma cena no supermercado, um homem em uma cadeira de rodas foi fazer compras e ao colocar o saco de compras pendurado atrás, ele estourou e as compras cairam no chão. Muitas pessoas ao redor ficaram apenas olhando e disfarçaram. O coitado do homem ficou tentando pegar as coisas mas não conseguia. Nem um funcionário ajudou. Até que uma estrangeira que estava próxima pegou tudo e comprou uma sacola nova para ele.

Uma amiga caiu da bicicleta com suas compras e tudo caiu no chão e começou a rolar pela rua. Ninguém ajudou, ficaram apenas olhando. Ela deu um grito, nervosa, em português: "ninguém vai ajudar não, vão ficar olhando?" Todo mundo abaixou e começou a pegar as frutas. Foi até engraçado, parecia que eles tinham entendido (tipo novela Salve Jorge que qualquer um fala português na Turquia rsrs)

Enfim, quero dizer que nem tudo é perfeito. Minha amiga que mora há muitos anos no Japão disse que essa é a cultura dos japoneses, e que não é que eles não querem ajudar, mas eles são tímidos e não querem que você pense que eles te acham incapazes. E dizem que muitos idosos e pessoas com problemas se sentem ofendidos. Faz sentido então...

Cultura é assim mesmo, cada um tem a sua e deve respeitar a outra. 
O problema é que o Brasil é diferente, precisava começar tudo do zero, com educação, investimento em saúde, e tudo mais que estamos carecas de saber.

Espero que tenham um ótimo domingo!

Beijos

Fabi




sexta-feira, 3 de maio de 2013

Novas Primeiras Impressões: a volta

Oi pessoal, que saudades!!!

Depois de um bom tempo sem escrever nada, voltei!

Após 2 anos morando no Japão, eu queria contar um pouquinho do que senti quando cheguei aqui.

Quero que vocês percebam que moro em São Paulo, capital, então nem tudo se encaixa para outros cantos do nosso país, que é tão grande e com tanta diversidade. 

As diferenças Brasil-Japão obviamente são grandes, mas como tudo nessa vida tem o lado bom e ruim.

Assim que desembarcamos no aeroporto de Guarulhos, percebemos que realmente chegamos no Brasil.
Quem nunca foi para outro país acha que tudo está bom, por exemplo, os banheiros são velhos, sem tampas, com a lixeira transbordando, sem álcool para limpar o vaso (querer demais? rs) e muito menos aquela tampa inteligente que aquece e ainda tem ducha (hehe brincadeira, já era querer milagre).
Nosso amigo que ficou apenas 5 meses no Japão até comentou que tinha ficado muito mal acostumado e fresco, que até o papel aqui era ruim.
Os carrinhos de levar as malas são péssimos, quebrados e muito difícil de andar. Fiquei pensando na primeira impressão dos estrangeiros quando desembarcam aqui.
Acho que a construção é bonita, rústica. Nada comparado a Dubai, que é um espetáculo, mas tem sua beleza.


Para vocês babarem um pouquinho, umas fotos do aeroporto de Dubai e Osaka, onde passamos antes de chegarmos aqui. 



O Aeroporto de Dubai é simplesmente um luxo! Isso porque essa parte é interna, apenas quem vai embarcar tem acesso. Tem árvores, cachoeira artificial, a arquitetura é lindíssima. É muito, muito grande. Já passei por lá 4 vezes e não conheci tudo (com criança é mais difícil). 

O Aeroporto de Osaka, onde embarcamos é grande, bonito mas mais simples que Dubai. Tudo impecavelmente limpo.



O lado bom do Brasil sem dúvida são as pessoas. Muita alegria, oferecem informações e indicam locais. No aeroporto do Japão são todos sisudos, e a maioria até grossa, sem a menor intenção de se fazer entender. Provavelmente por eu ser estrangeira, e talvez brasileira. Mas vi como o atendimento no Brasil com estrangeiros é bom e simpático.

Logo que saímos do aeroporto, após toda a alegria do reencontro com a família, a estrada é boa, mas sentimos um medo inesplicável, como se fôssemos assaltados a qualquer momento, se alguém nos seguisse. É porque estávamos em um lugar seguro demais, e assistíamos muitos telejornais que só transmitem violência.
A saída de Guarulhos para São Paulo também tem muita favela, então fica aquela imagem feia da cidade, sabem? Quem é de fora com certeza estranha... 
E nós levamos alguns dias para nos acostumar, mas para nós, brasileiros é mais fácil.

Amanhã continuo falando um pouquinho mais sobre isso.
Beijinhos a todos e um ótimo fim de semana!!!

Fabi




domingo, 24 de março de 2013

Despedida do Japão

Olá pessoal!!


Acho que já dei a entender, mas não falei diretamente... Estou indo embora para o Brasil! A viagem já é amanhã, mas eu ainda tenho tanta coisa para falar!! Exatamente por isso vou continuar a escrever mais um pouquinho sobre o Nihon.


Os dias passaram tão rápido, principalmente nas últimas semanas com a correria de mudança, organizar das malas, blá, blá, blá...

Para terem uma ideia, agora são 4h da manhã. Mas se eu não escrever agora, só conseguirei lá do outro lado do planeta, e não faria sentido.



Eu estive muito tempo pensando se eu continuaria ou não com o blog, afinal, ele começou com o intuito de contar curiosidades e acontecimentos sobre esse país tão diferente do nosso. Mas decidi continuar, não com a mesma frequência, claro, afinal não tem tantas curiosidades assim no Brasil, para nós brasileiros. 



O blog é nosso espaço, um canto que aprendi a gostar. O nome já diz: "Meu olhar pelo caminho", o caminho onde estou. E onde passei. Não necessariamente precisa ser outro país, não é? Tenho tantos amigos fora de São Paulo que achariam muito interessante conhecer mais sobre nosso estado, ou amigos portugueses e até japoneses. Sem contar pessoas de outros países que acessam o blog.

O que sentirei muita falta do Japão - Top 5:

  • Educação e bom tratamento entre todos;
  • Segurança e tranquilidade;
  • Andar de bicicleta com segurança, com ciclovia em todos os lugares;
  • Sushi (não venham dizer que no Brasil também tem porque não é igual!)
  • Novidades (tecnologia, cosméticos, etc.)
Mas claro que acima de tudo estão os amigos que conheci. Alguns que infelizmente provavelmente não verei mais... :( 


Nessa terra passei 2 anos da minha vida. De aprendizado, esperança e até angústia algumas vezes, por medo de terremoto. Graças a Deus nesse período não senti nenhum em Nagoya (1 vez em Tóquio, como já comentei aqui, mas fraquinho).

Levarei muita coisa boa daqui no meu coração. E ainda acho que todas as pessoas deveriam passar pelo menos 1 mês na terra do sol nascente, para terem noção do que é viver em sociedade e respeitar o próximo (e ser respeitado pelos governantes, ter boa educação, saúde, trânsito, condições de compra e menos discrepância entre as classes).

Agradeço muito o carinho de vocês, mas não é nossa despedida aqui, ok!? rs

Beijinhos,

Bye bye 

Fabiana






sexta-feira, 22 de março de 2013

Embalagens individuais

Olá!!

Imaginem abrir uma embalagem de bolacha e as bolachas estarem embrulhadas individualmente. Estranho, não é? Pelo menos eu achei, no começo.

Aqui no Japão, 80% (acho! Só para dizer que é muito rs) dos produtos estão embalados individualmente. No princípio, já comecei com as minhas críticas, dizendo que era um absurdo com o meio ambiente. Afinal, é muito material plástico, muito lixo!

Mas conversando com a minha amiga, percebi o outro lado. Em primeiro lugar, eles reciclam esse lixo. Em segundo lugar, o produto fica muito mais conservado estando embalado. Não precisamos comer tudo de uma vez e se sobrar não fica murcho, não vai para o lixo.
Podemos levar na bolsa somente duas bolachinhas para um lanche, olha a praticidade!

Eu estou falando em bolachas, mas não é só isso! O queijo tem as fatias individuais embaladas. O presunto tem de 4 em 4 fatias. 
Muitas frutas também são embaladas uma a uma. 
Na padaria, escolhemos os pães, baguetes, donuts, doces etc. e quando a atendente embrulha, é um em cada saquinho plástico. 
Há salgadinhos em embalagens pequenas vendidas dentro de um saco grande, para facilitar para as mães, assim a criança não come muito e não sobra. Amendoins, petiscos, etc...










Bom fim de semana!!! 

Beijinhos e bye bye!

Fabi

sábado, 16 de março de 2013

Grupo de pagode japonês cantando em Português! Ui!

Oi, pessoal!!!

Vocês imaginam japoneses cantando pagode? Em português?

Ah, mas tem sim! O nome do grupo de Tóquio é Y-No!


Acho que a paixão de alguns japoneses pela música brasileira fez com que eles criassem esse grupo tão "diferente", substituindo o cavaquinho por uma mini-guitarra. 
Vou dizer que não entendo nada de pagode, mas o batuque não é mal, já a letra... gente do céu, o que é essa letra? Simplesmente fizeram uma música, jogaram no Google Tradutor e tcharammm!!! Já está! É verdade!

Eles se esforçam, e são até fofos, mas a letra é tosca enrolada demais! Já ri muitooo!! Tirem suas conclusões com o primeiro sucesso do grupo: "Querido meu amor" (??)


"...Eu sou galinha... Eu quis te olhar, a mulher nua...
... Com seu sorriso por favor, faz me moer, moer, moer, moer......"

Muito bom, viu! rsrs... São quase 2 milhões de acesso no YouTube, ok?! Sucesso geral!

Adorei o padeiro! E em algum momento eles fazem uma coreografia, colocando a mão no coração, como um verdadeiro pagodeiro! Demais!


Ano passado lançaram mais um hit de sucesso, dessa vez mais acelerado, com um leve Rock and Roll e até umas pitadas de salsa... Só tenho uma palavra para resumir: Chocante!!


"... Qual cor é seu sangue, porra? Não precisa de açúcar! Vem de comprar, bazuca! Montes e vales na vida e também assim é a mulher peituda! Aí chora cuíca! Bumbum! Bazuca! Além de morro, vai lá ó bululum, tchá, tchá, tchá!..." (?????)

Não é erro de digitação, não! A letra é assim, ouçam por favor!! Muito engraçada! Sem nexo! Tanto brasileiro no Japão, podiam ter pedido uma mãozinha nos versos, poderia até competir com os tchu tchu tchá da vida... kkkk

E então, gostaram? Essa foi só para descontrair!

Beijinhos e bye bye!!












sexta-feira, 15 de março de 2013

quarta-feira, 13 de março de 2013

Curiosidade: bala em papel

Mais uma curiosidade japa! Nunca imaginei q essa caixinha seria de bala. Obrigada, Sá!

A embalagem é super pequena e fina. Deixei minha caixinha na carteira! Até pensei que viriam umas 3 apenas. Mas não, deve vir mais de 30! Porque a bala é em um papel bem fino, como um papel vegetal. Sério!

Mas não tem aquela intenção de ficar com a bala na boca, mascando. Só de jogar o papel na boca ele já dissolve. O objetivo é ficar com a boca fresquinha e perfumada com um cheirinho de hortelã. É ideal para aquelas situações em que fica feio mascar bala ou chiclete, como numa reunião, na sala de aula etc.
O preço não é assim tão doce, custa em torno de R$ 10,00.





Curiosidade: Comprimidos para turbinar os seios

Gentemmmm, babado! Acabaram os problemas de muitas mulheres! Agora é possível turbinar a "comissão de frente" tomando comprimidos!!!!! E não são das organizações Tabajara, não! É produto da farmácia japonesa!

Demais! Já escrevi uma vez sobre uma almofada para aumentar o bumbum, e agora mais essa! (Quem não leu pode ler http://meuolharpelocaminho.blogspot.jp/2013/02/almofada-para-bumbum.html)
Eles inventam o que eles precisam não é? As japonesas são magras, não tem bumbum e seios, eles dão um jeito! Não tem a dobrinha do olho? Dão um jeito! etc, etc... Por que eles não inventam um remédio para emagrecer sem efeitos colaterais, einh? rsrs

Voltando ao Milagroso BooBer (Miracle BooBer)... eu estava na farmácia com uma amiga brasileira mas descendente de japoneses e ela comentou sobre esses comprimidos, e disse que já tinha tomado e era maravilhoso!

Achei muuuuito interessante e fiz milhares de perguntas, só para contar aqui para vocês! hehe. Só não vou citar o nome dela porque para não ficar indiscreto, né... 



Essa caixa rende para cerca de 3 meses, e custa em torno de Y 3.500 , uma média de R$ 80,00. Até que não é caro, não é? Principalmente se compararmos com a aplicação de silicone. (homens, parem por aqui! rs)

Segundo a minha amiga, os efeitos surgem logo nos primeiros dias... O peito vai aumentando e inchando, fica bem durinho mesmo. 
Tem até que trocar o número de sutiã. 

O detalhe que fez minha amiga desistir do remédio é que são muitos comprimidos por dia: 4 e tem que tomar de 6 em 6 horas. Tem que ter disciplina, mas deve ser bem cansativo (o benefício é bacana). 

Se depois a mulher parar de tomar o medicamento, os seios aos poucos voltam ao normal. Mas aquelas pessoas com menos poderiam tomar antes do verão, de uma viagem, do carnaval, do casamento... Boa ideia não é? rs


Importante, meninas, eu não sei nada sobre esse produto, ok!? Estou apenas contando como uma curiosidade. Provavelmente deve conter algum hormônio, então o ideal seria conversar com seu médico.


Beijinhos!

Fabi

segunda-feira, 11 de março de 2013

Japão 2 anos de luto: Tsunami de Fukushima

Bom pessoal, hoje não é um dia feliz para os japoneses, nem para as famílias das mais de 25 mil pessoas que morreram ou estão desaparecidas no grande Terremoto e Tsunami de Fukushima.

Em pensar que há exatamente 2 anos eu estava amamentando meu bebê de madrugada, com a televisão ligada na TV Globo. Logo começou aquela música assustadora do plantão. E já deram a notícia do Tsunami, com imagens ao vivo horríveis, da onda levando casas, carros, navios enormes invadindo o continente... uma imagem e uma sensação que nunca sairá da minha cabeça. Afinal, além de nós sempre nos sentirmos mal quando uma tragédia acontece longe de nós, fiquei ainda mais abalada porque nós já sabíamos que viríamos para cá no mês seguinte. Já estava tudo certo! Imaginem meu desespero... acordei meu marido chorando. Ele também ficou incrédulo. Tínhamos amigos aqui. Na hora já mandei recado pelo facebook perguntando se estava tudo bem. 
Porque no Brasil nós não tínhamos a noção, naquele primeiro momento de que era apenas em um local, a mídia nos dava a impressão de que aquilo acontecia no Japão inteiro! E na verdade não é bem assim, segundo as pessoas que estavam aqui, tudo tremeu sim, mas nada comparado ao acontecido no Norte.


Vamos fazer uma preçe hoje em pedido à paz das vítimas e familiares!

E como minha função nesse blog é informar, eu queria contar algumas curiosidades que fiquei sabendo apenas quando estive aqui, em relação a esta tragédia. Depois que vocês lerem isso, pensem no que aconteceria se isso acontecesse no nosso país...

Hoje aqui em Nagoya a temperatura é de 13ºC, mas juro que fiquei assustada, porque está muito frio e estou com o ar quente ligado! Depois eu vi (olhem abaixo do 13º na imagem) que a sensação térmica é de -11ºC. Isso acredito que seja por causa das montanhas geladas que envolvem a cidade, e como está muito vento sentimos mais frio. 



Em Fukushima agora, quase o horário do terremoto, está 5ºC. Não sei a sensação térmica, mas com certeza é negativa. Imaginem a noite.

Tudo isso para vocês imaginarem aquela multidão de pessoas desabrigadas, com frio, sem energia, sem casa! Bom, dramas à parte, a policia local e bombeiros de lá e das cidades vizinhas foram encaminhados para fazerem o resgate dos corpos e salvarem aqueles que estavam soterrados, ou precisando de ajuda. 

O que aconteceu com todos? Ficaram claro, sem a proteção da polícia. Abre parênteses: vocês se lembram que morreram mais de 30 pessoas por dia na Bahia quando a polícia entrou em greve, sem contar assaltos, saques a supermercados e etc? pois é...
Aqui no Japão não houve nada disso. Toda a população estava empenhada em ajudar, colaborando como sempre com a limpeza, reciclagem, ajudando a distribuir roupas, comidas e chás. 

As konbinis (lojas de conveniências, que tem 1 em cada esquina) distribuiram onigiris (bolinhos de arroz). As pessoas ficavam na fila, não repetiam a fila para pegar outro (óóó) e ainda quando recebiam agradeciam muito, fazendo muitas reverências.
Muitas pessoas tentavam fugir da cidade de carro, porém, não havia gasolina. Ficavam horas e horas na fila do posto esperando chegar e não pegavam a gasolina dos carros abandonados e que foram arrastados pela água.
Não saquearam supermercados abandonados, não pegavam a comida do outro.

Aqui e em todo o Japão, existem esquemas de locais de segurança para caso aconteça uma tragédia como esta. Com água, colchonetes, comidas, enfim, uma estrutura boa para sobrevivência de alguns dias. Claro que esses locais ficaram lotados. Vi na televisão como era... tudo organizado e limpo, todos se ajudando, mesmo depois de terem vivido e perdido tantos entes queridos naquela horrível tragédia (sem contar a angústia de não saber o paradeiro dos familiares).

No geral, os japoneses tem muita educação, sabem o seu lugar e acima de tudo, sabem respeitar o espaço do outro.

Sem contar na reconstrução das cidades, que é feita de forma muito rápida e eficiente.
Há algumas fotos muito interessantes na Veja, mas não é possível reprodução, então, entrem no site para ver que incrível!
http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/japao-continua-reconstrucao-apos-2-anos-da-tragedia



No Brasil graças a Deus não temos muitas tragédias naturais. Graças a Deus mesmo, porque imaginem se dependêssemos do nosso governo para algo? Alguém me diz como está a reconstrução de Teresópolis no RJ após a tragédia das chuvas? E faz mais de 2 anos! E nem se compara ao tamanho da área atingida no Japão...

Bom, gente, fica aqui minha admiração pelos japoneses e minha tristeza e decepção com o nosso país. 

Beijinhos

Até a próxima, com assuntos mais alegres!

Fabi




domingo, 10 de março de 2013

Tóquio IV: Templo Sensoji

Olá, olá!

Gente, hoje escrevo o último post da "série Tóquio". Para finalizar eu vou contar um pouquinho sobre o lugar mais lindo e precioso que vi por lá: o Templo Sensoji.



O Templo Sensoji está em primeiro lugar da lista de locais sagrados mais visitados do mundo, segundo a revista Travel + Leisure!
Eu apostaria na Basílica de São Pedro, no Vaticano (11º lugar) ou na Catedral de Notredame, em Paris (5º lugar), que são famosos. E ainda achei que deveriam estar nesta lista o Santuário de Fátima, em Portugal e o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil, mas o que importa minha opinião? Nada! E claro que isso realmente foi baseado em pesquisas, brincadeiras à parte. (Só por curiosidade, desta lista, 6 são locais sagrados no Japão). 
(fonte:vidaeestilo.terra.com.br/turismo/conheca-os-20-locais-sagrados-mais-visitados-do-mundo,01c9392625237310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html)

Bom, voltando ao assunto... Vejam se vocês relacionam a história deste templo com alguma conhecida nossa. Mas qualquer semelhança é mera coincidência! 
Segundo a lenda, num dia de pouca sorte para alguns pescadores, eles resgataram do fundo do rio Sumida uma imagem, e depois disso, muitos peixes foram parar nas suas redes. 
Essa imagem foi analisada pelo chefe da aldeia, que reconheceu a santidade da estátua e a consagraram. A estátua era da Deusa Kannon, a Deusa da misericórdia. Então eles ergueram um templo, em 645 dC, para que os moradores pudessem adorar a Deusa Kannon. 
A história é muito parecida com a de Nossa Senhora, não é?

Esse templo é Budista e o mais antigo e significativo de Tóquio. Fica no tradicional bairro de Asakusa.
Infelizmente, o templo foi bombardeado e praticamente todo destruído na 2ª Guerra Mundial.
Anos depois, o Templo foi reerguido conforme o anterior, e simboliza para o povo japonês o renascimento e a paz!
O Templo recebe uma média de 20 milhões de visitas por ano!


Logo que chegamos, fiquei impressionada com a grandiosidade do lugar. 

Entramos pela primeira Kaminarimon (Thunder Gate, ou Portão do trovão), o portão exterior do templo, símbolo de Asakusa e da cidade de Tóquio.





Há uma rua comercial com mais de 200 metros, chamada Nakamise, que conduz do portão externo para o segundo portão do Templo, o Hozomon (portão do tesouro). 
Essa rua comercial é muito famosa, disputada e tem uma história de muitos séculos. Lá eles vendem lembranças japonesas, biscoitos tradicionais, yukata (traje típico japonês), leques, chás etc.





É importante lavarmos as mãos antes de entrarmos, como sinal de purificação. Sempre em água corrente!


No recinto do Templo, encontramos o O-koro, um grande incensório, e segundo as tradições, a fumaça desse incensório fortalece os fracos e cura os doentes. 
Claro que eu não poderia deixar de passar por lá, "puxar" para mim e inalar a fumaça! Quando eu cheguei perto do local, apenas fiquei ali... mas uma  japonesa do meu lado começou a jogar a fumaça em mim e no bebê com as mãos, e percebi que todos estavam fazendo isso. Interessante! Essa imagem sempre é mostrada no início do ano quando os jornais no Brasil falam sobre o Reveillon no mundo (os japoneses tem a tradição de visitar templos na virada do ano).



Logo avistamos o Pagode de 5 andares. Podemos encontrar os Pagodes por toda a Ásia, essa linda construção no terreno do Templo. A função deles é religiosa, mas é utilizada ainda para embelezar a vista, supervisão militar e como pára-raios. 



Alguns cliques:








Na área do Templo há pequenos locais para meditação, com incensórios.




 Podemos aproveitar para renovar as energias no lindo e tranquilo jardim Demboin.






Ao lado do templo há uma pequena plantação de arroz (sagrado no Japão), para oferecer aos Deuses (acredito que seja para a Deus Kannon). É comum encontrarmos essa oferta junto aos templos.






Em um momento, antes de irmos embora, eu parei para observar um templo (não sei exatamente se era um templo ou um local de meditações). O que me chamou a atenção foi a arquitetura, que era diferente das demais. Era mais antigo, mais simples e aparentava mais "artesanal". Por sorte, muita sorte, pararam ao meu lado um casal com um guia que explicava em Inglês. Mesmo não falando bem, consegui entender que aquele local foi o único que foi menos destruído pela Guerra, e por isso foi mantido. O restante foi reconstruído, como eu disse anteriormente. 
Mesmo a reconstrução tendo sido perfeita, a emoção de estar em um local que passou por tanta história é bem diferente! 



Quem quer viajar e investir, eu aconselho muito o Japão! E sem dúvidas a viagem deve incluir Tóquio, que nas suas ruas lotadas e muita tecnologia, é possível conhecer um local com tanta história e espiritualidade.




Como eu disse lá no início, quando comecei a falar sobre Tóquio, fiquei pouco tempo, mas  quem ficar mais poderá conhecer lugares maravilhosos, como a Torre de Tóquio e tantos outros...




Espero que tenham gostado!

Sayonara

Beijinhos

Fabiana

domingo, 3 de março de 2013

Tóquio III: Estátua da Liberdade

Mina-san Konichiwa!

Ou então, olá pessoal!!!

Vou falar mais um pouquinho sobre um fim de semana em Tóquio. Para quem não leu, tem mais nos posts anteriores. ;)


Estátua da Liberdade em Tóquio

Acho que posso enganar com esta foto, dizer que fui até Nova York! haha
Mas estamos no Japão, em Tóquio, no bairro de Odaiba.


A estátua foi um presente do governo francês ao Japão, em comemoração ao "Ano Francês do Japão" (abril de 1998 até maio de 1999). Mas o sucesso foi tão grande que uma réplica da estátua foi erigida no mesmo local.
E ela não é a única Estátua da Liberdade japonesa. No bairro de Osaka de Amerika-mura (vila americana) existe uma segunda e uma terceira foi colocada na entrada da cidade de Misawa (Aomori), onde existe uma base militar norte-americana.

Fonte: www.madeinjapan.uol.com.br


Atrás da Estátua, está a Rainbow Bridge, ou Ponte arco-íris.


A Rainbow Bridge tem esse nome porque a noite fica toda iluminada e colorida. Porém, nós fomos alguns meses após o grande tsunami em Fukushima e o país estava fazendo economia de energia. Que pena, ela é tão linda!



Beijos e ainda tem mais Tóquio por ai!

Bye bye!

Fabi

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tóquio II: Shibuya

Voltei para continuar a falar sobre Tóquio!
Já leram o post de ontem? Não? Dá uma olhadinha abaixo, hoje de certa forma é continuidade...

Shibuya

Shibuya é um dos grandes e concorridos bairros de Tóquio. Normalmente quem passa por Tóquio não deixa de conhecê-lo. Acredito que seja onde pulsa o coração da grande cidade.

Chegamos na Estação de Shibuya, uma das estações de trem mais famosas do mundo. 




É nesta estação de trem que se passa a história do cão Hachiko (fala-se Hatiko). Você já assistiu o filme? É lindo demais e emocionante! 
O primeiro filme foi feito no Japão, mas depois Hollywood comprou a história, que ficou muito boa. Ah, também com o Richard Gere! rs



Só para vocês entenderem o monumento em Shibuya, vou resumir contar um pouquinho da história. Mas não deixem de assistir!

O filme americano não se passa no Japão, mas o cachorro vem do Japão. 
Um professor universitário encontra um filhotinho de akita numa estação de trem ao voltar para casa. Leva-o e eles se gostam desde o princípio. Sua mulher reluta, mas ele insiste em ficar com ele. O filme mostra uma linda relação entre dono e cão, que é muito fiel. Todos os dias, Hachiko vai com o professor até a estação e busca-o no fim da tarde.
Até que um dia o professor não volta. Durante mais de 10 anos o cão Hachiko volta na estação de trem diariamente, na esperança de reencontrar seu grande amigo. 

Hachiko

Funeral do Hachiko
Não é uma história linda? E realmente aconteceu, e na Estação de Shibuya! O verdadeiro Hachiko viveu no início do século XX. A história se tornou tão notória no Japão que o akita virou herói nacional. Tanto que fizeram uma estátua dele na estação e deixaram para exposição o vagão que seu dono utilizava.



A estátua do cachorro é também um ponto de encontro, principalmente de pessoas que não se conhecem pessoalmente (como na internet). Esses dias até falaram sobre isso em uma reportagem em um jornal brasileiro.

O maior cruzamento de ruas do planeta

Assim que saímos da estação, já nos deparamos com a loucura da cidade. Prédios altíssimos e modernos, propagandas imensas, iluminadas e 3D, muitas lojas, telas projetadas com notícias e muitas, muitas pessoas. 
Ainda que fui no domingo, imagine durante a semana... ui, nem se compara. Nunca vi um caos tão organizado e divertido. Ali está o maior cruzamento do planeta, com 8 semáforos que fecham ao mesmo tempo e uma disputa louca por espaço, sejam dos carros, das pessoas atrasadas ou daquelas tantas com cãmeras na mão procurando o melhor ângulo para eternizar o seu momento.



Pena que estava um dia chuvoso. Mas nada que estragasse o passeio. ;)




As ruas daquela região são com muitos comércios, como cds, roupas, sapatos, artigos típicos, há muitas lojas de jogos eletrônicos, massagens (daquelas masculinas também, dava para perceber pelas "propagandas"), lojas de conveniências, jóias, maquiagens, grandes marcas, enfim, de tudo um pouco. Mas não pense que é barato, Tóquio está entre as cidades mais caras do mundo.

Harajuku

Ainda no bairro de Shibuya, conhecemos a Harajuku Station, ou Estação de Harajuku, que por sinal é linda e toda feita em madeira. Aqui está mais um dos lugares disputados em Tóquio. Por ali está sempre cheio e com um fluxo intenso de pessoas, principalmente jovens, que são muitos por ali.

Em Harajuku, normal é ser diferente! Essa frase é minha, e eu digo isso porque me senti um alien ali no meio daquele pessoal maluco e despojado.
Ali nas ruas de Harajuku os jovens de diferentes "tribos" frequentam. Já falei sobre isso num post anterior: http://meuolharpelocaminho.blogspot.jp/2012/10/lolita-fashion.html 

Além da região ser um ponto de encontro desses jovens, ainda é local onde estão reunidas as maiores lojas deste estilo.






Ainda na região, próximo à Harajuku Station, há uma rua muito famosa: a Takeshita Street
Uma rua de comércio popular, com bastante gente. Isso porque era domingo, eu repito! Para os paulistas, parecia a 25 de março, só que muito mais organizada. Na maioria dos trechos, um lado da rua descia e outro subia (ninguém mandava, é natural), não atrapalhando assim o trânsito de pessoas, demais, não é? (mas isso acontece em todos os lugares aqui onde tem muitas pessoas, eles andam sempre na mão, seja numa estação de trem, num supermercado. escada, bicicleta, etc.). 

Aqui é o berço de muitas tendências da moda! Não apenas japonesa, mas também mundial. 






Brasil-il-il!

Adorei conhecer Shibuya!! Um lugar pleno em desenvolvimento e tecnologia, mas ao mesmo tempo que preserva suas origens!
Viram como dá para conhecer muita coisa e bater perna em um só bairro? E se for para fazer compras então... dá para aproveitar muitos dias!
Ainda sei que tem outros lugares bonitos para se ver, quem estiver com mais tempo não pode perder a oportunidade.

Não deixem de ver o filme do Hachiko, tá bom! Depois contem! Não fiquem bravos porque contei que o dono do cão morre no final, tá!! Isso está na sinopse! rsrs


Beijinhos e bye bye!!

Fabi